Unicesumar - Design de Moda - Semana conhecimentos Gerais (2020)
QUESTÃO 1
São velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a "raças" ou a outros grupos humanos. Muita gente ainda acredita que os nórdicos são mais inteligentes do que os negros; que os alemães têm mais habilidade para a mecânica; que os judeus são avarentos e negociantes; que os norte-americanos são empreendedores e interesseiros; que os portugueses são muito trabalhadores e pouco inteligentes; que os japoneses são trabalhadores, traiçoeiros e cruéis; que os ciganos são nômades por instinto, e, finalmente, que os brasileiros herdaram a preguiça dos negros, a imprevidência dos índios e a luxúria dos portugueses.
Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Segundo Felix Keesing, "não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado". Em outras palavras, se transportar-mos para o Brasil, logo após o seu nascimento, uma criança sueca e a colocarmos sob os cuidados de uma família sertaneja, ela crescerá como tal e não se diferenciam mentalmente em nada de seu irmãos de criação. Ou ainda, se retirarmos uma criança xinguana de seu meio e a educarmos como filha de uma família de alta classe média de Ipanema, o mesmo acontecerá: ela terá as mesmas oportunidades de desenvolvimento que os seus novos irmãos.
LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. 14. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
Considerando as informações apresentadas, bem como as discussões sobre Multiculturalismo, analise as afirmações a seguir, considerando V para Verdadeiro e F para Falso.
I. Embora muitas crenças de superioridade entre raças humanas estejam incorretas, fica claro que a miscigenação é nociva para o desenvolvimento da sociedade.
II. Indivíduos que são biologicamente inferiores a um determinado grupo étnico podem ser superiores em termos culturais quando comparados àqueles, por isso o preconceito é um erro.
III. Pesquisadores do campo da antropologia afirmam não ser possível estabelecer uma relação direta entre as diferenças biológicas e as diferenças culturais presentes nos variados grupos sociais.
IV. O contexto social sempre será o fator determinante para a formação cultural de um indivíduo, não importando sua origem étnica, visto que a cultura é socialmente aprendida.
As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente
Alternativa 5:
QUESTÃO 2
TEXTO 2
Após o final da segunda guerra mundial, as indústrias norte americanas começaram a se reestruturar, e o governo começou a dar incentivos para aumentar o poder de compras. As consequências disso foram um consumo exagerado e a soberania dos EUA perante aos outros países. A cultura americana baseava-se no consumismo, na industrialização e nas culturas de massa. É nesse contexto que surge a Pop Art.
Esse movimento artístico do pós-guerra emergiu entre as décadas 50 e 60. Nasceu na Inglaterra, mas popularizou-se no EUA. Um grupo formado por jovens artistas e críticos, denominados Independent Group, foi o precursor da Pop Art em 1952, com propósitos de desafiar ideias aceitas sobre a arte moderna.
Frequentemente utilizando signos estéticos massificados como forma de expressão artística, ou removendo materiais do seu contexto tradicional, isolando ou unindo a outros materiais com fins meramente contemplativos, a Pop Art veio como uma crítica irônica da cultura de massas e da vida cotidiana materialista.
MATHIAS, Ohana Waichert. Pop art e a sociedade de consumo. Disponível em: <https://bityli.com/iT846 > Acesso em: 02 ago. 2020.
Conforme vimos, vivemos hoje na chamada Era Transestética, em que a arte e a cultura foram tomadas pela indústria cultural e passaram a ser tratadas como bens de consumo. Considerando as informações apresentadas nos textos 1 e 2, bem como as discussões sobre a estetização do mundo travadas ao longo da Semana de Conhecimentos Gerais, analise as afirmações a seguir.
I. A Pop Art é um exemplo de como os artistas podem, por vezes, fazer uso da arte como um instrumento de crítica e reflexão acerca da realidade.
II. O consumismo e a chamada cultura de massa foram fatores cruciais para o surgimento da Pop Art, a qual tece críticas ao modo de vida materialista.
III. O capitalismo artista ou criativo transestético é, também, marcado por um trabalho sistemático de estilização do mundo visando o resgate do conceito original de arte como expressão.
É correto o que se afirma em
Alternativa 4:
QUESTÃO 3
O termo cultura de massa foi cunhado pelos filósofos e sociólogos da Escola de Frankfurt (considerados pensadores da teoria crítica): Theodor Adorno e Max Horkheimer. A ideia de cultura de massa perfaz uma noção de que existe um tipo de produção cultural industrial para satisfazer as necessidades de uma indústria capitalista, que vende os seus produtos culturais como se fossem algo que se compra em um supermercado.
Nesse sentido, a indústria cultural apropria-se da arte e faz dela um subproduto produzido em massa para render lucros a uma indústria, que pode ser cinematográfica, televisiva, musical ou das artes plásticas.
A cultura de massa é um objeto da indústria cultural. O conceito de cultura de massa diz respeito a uma cultura que não é autêntica. Segundo Walter Benjamin, filósofo e teórico literário alemão do século XX, a cultura tornou-se um elemento de mercado. Para Benjamin, o cinema e a fotografia representaram o ápice do desenvolvimento tecnológico que levou à cultura de massa.
PORFÍRIO, Francisco. Cultura de massa. Disponível em: < https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/cultura-de-massa.htm> Acesso em: 02 ago. 2020.
Conforme discutido, na atualidade, vivemos aquilo que pode ser chamado de Era Transestética, na qual vimos o triunfo da “arte para o mercado” e, com ela, o surgimento da cultura de massa. Pensando nesses conceitos, assinale a opção correta.
D: Na lógica da indústria cultural, os bens culturais são praticamente reduzidos ao mesmo status dos produtos expostos em um supermercado, obedecendo a lógica capitalista de gerar lucro.
QUESTÃO 4
A reflexão sobre sociodiversidade precisa colocar em discussão como essa sociodiversidade tem sido tematizada no movimento ambientalista e nas políticas públicas, avaliando-se as implicações dessas visões e dessas políticas para a sustentabilidade ambiental e para a continuidade sociocultural e qualidade de vida dessas populações.
BRASIL. Ministério da Educação. Sociodiversidade. Disponível em: <https://www.suprema.edu.br/arquivos.downloads/conteudos_enade/20_definindo_sociodiversidade.pdf > Acesso em: 02 ago. 2020.
Em um mundo cada vez mais globalizado, marcado por novas relações interpesssoais e de consumo, a sociodiversidade tornou-se um conceito chave para a reflexão sobre a complexidade social. Tendo em vista o conceito de sociodiversidade debatido ao longo da Semana de Conhecimentos Gerais, analise as afirmações a seguir.
I. A sociodiversidade é um conceito advindo dos estudos da Biologia e investiga a relação entre homem e natureza.
II. A defesa pela sociodiversidade assevera que quanto mais culturalmente diversificada, mais rica é uma sociedade.
III. A sociodiversidade defende a tolerância e o respeito às diferenças, sejam elas religiosas, étnicas, de gênero, de sexualidade, dentre outros.
É correto o que se afirma em
Alternativa 4:
QUESTÃO 5
Com o capitalismo artista se molda uma forma inédita de economia, de sociedade e de arte na história. Sem dúvida, a atividade estética é uma dimensão consubstancial ao mundo humano-social, o qual Marx dizia, em seus escritos de juventude, se distinguir do universo animal por não poder ser modelado sem levar em conta “as leis da beleza”. Em toda parte e sempre, inclusive nas sociedades “primitivas” sem escrita, os homens produziram uma multidão de fenômenos estéticos de que são testemunhos os acessórios, pinturas do corpo, códigos culinários, objetos esculpidos, máscaras, penteados, músicas, danças, festas, jogos, formas de hábitat. Não há sociedade que não se empenhe, de uma maneira ou de outra, num trabalho de estilização ou de “artealização” do mundo, trabalho esse que é o que “singulariza uma época ou uma sociedade”, efetuando a humanização e a socialização dos sentidos e dos gostos. [...]
O capitalismo artista não só desenvolveu uma oferta proliferante de produtos estéticos, como criou um consumidor faminto de novidades, de animações, de espetáculos, de evasões turísticas, de experiências emocionais, de fruições sensíveis: em outras palavras, um consumidor estético ou, mais exatamente, transestético. [...]
LIPOVETSKY, Gilles; Jean SERROY. A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2015.
Considerando as informações apresentadas no excerto, bem como as discussões sobre arte e capitalismo travadas ao longo da Semana de Conhecimentos Gerais, analise as afirmações a seguir.
I. O apreço pela arte e pela estética não é uma novidade capitalista, pois diversas sociedades ao longo da história ocuparam-se em produzir arte e em realizar um trabalho de estilização do mundo.
II. O capitalismo artista visa resgatar o valor da arte como bem cultural, subvertendo os princípios da sociedade de consumo e promovendo maior consciência sobre o que vem a ser arte.
III. O capitalismo artista instiga cada vez mais na sociedade a necessidade de consumo a partir do trabalho com fatores estéticos e emocionais.
É correto o que se afirma em
I e III, apenas.
QUESTÃO 6
O _______________ vigente em vários países é o contraponto ao _______________, pois podemos constatar a existência de políticas culturais como o _______________, que pretende a _______________ dos _______________ e da sua cultura nos países de acolhimento.
Tendo em vistas as discussões sobre Multiculturalismo e as diferentes formas implementadas pelos países no trato para com povos de identidades culturais distintas que possam vir a se instalar em uma nova nação, assinale a opção que preenche corretamente as lacunas.
Alternativa 5:
monoculturalismo, multiculturalismo, nacionalismo, assimilação, imigrantes.
QUESTÃO 7
Ao observarmos os riscos de extinção que ameaçam os dialetos de grupos étnicos minoritários anteriormente, fica evidente que na atualidade ainda há vestígios da antiga dicotomia positivista que separa a chamada “alta” cultura da “baixa” cultura. Essa visão perpassou diversas áreas da ciência, como a antropologia, servindo como subterfúgio para práticas discriminatórias contra as tradições culturais minoritárias (não pertencentes à cultura hegemônica). Desse modo, dentro dessa visão reducionista de cultura, a sociedade poderia ser dividida em dois grupos: o culto e o inculto.
Em meados do século XX, essa visão passa a ser substancialmente contestada pelos Estudos Culturais. Os teóricos filiados a essa perspectiva entendem que não há argumentos plausíveis para se diferenciar a cultura hegemônica das manifestações culturais das minorias, senão aqueles forjados dentro da lógica elitista instituída nas relações de poder.
Os Estudos Culturais analisam que, na atualidade, a cultura hegemônica, a alta cultura, vem sendo suplantada pela chamada cultura de massa, fruto da globalização e, assim, tradicionais manifestações culturais têm perdido seu status quo junto à sociedade em meio à miríade de novos costumes surgida, bem como pela flexibilização da noção do que é a cultura.
OLIVEIRA, N. Multiletramentos: as práticas sociais de leitura e escrita. Maringá: UniCesumar, 2017.
Partindo das informações apresentadas, analise as afirmações a seguir considerando V para Verdadeiro e F para Falso.
I. A divisão observada ao longo da história entre alta e baixa cultura pode ser vista como uma manobra que busca minimizar o valor de tradições culturais minoritárias.
II. Os Estudos Culturais defendem que não há motivos concretos que possam alçar uma cultura como superior a dos demais grupos.
III. A cultura hegemônica, elitizada, ganha cada vez mais força no contexto atual por conta da globalização.
IV. A divisão entre alta e baixa cultura é justificada pela baixa contribuição cultural que as tradições minoritárias oferecem ao mundo.
As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente
Alternativa 5:
QUESTÃO 8
A discussão sobre o multiculturalismo repõe a oposição entre universal e particular referida não mais às categorias da lógica, mas para dar conta do embate entre os direitos universais consagrados pela Revolução Francesa e as reivindicações particularistas dos movimentos sociais que pleiteiam o reconhecimento de suas especificidades.
FREDERICO, Celso. O multiculturalismo e a dialética do universal e do particular. In: Estudos Avançados. vol.30 n.87 São Paulo Maio./Aug. 2016. Disponível em: < > Acesso em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142016000200237 > Acesso em: 02 ago. 2020.
Tendo em vista as discussões sobre o conceito de Multiculturalismo travadas ao longo da Semana de Conhecimentos Gerais, analise as afirmações a seguir.
I. Multiculturalismo pode ser entendido como a tentativa de apagamento da diversidade cultural para a construção de uma sociedade sem conflitos de ordem étnica ou religiosa.
II. O Multiculturalismo, ou pluralismo cultural, consiste na existência de múltiplas culturas em um mesmo espaço.
III. Uma sociedade multicultural é aquela em que coabitam vários grupos culturais sem que ocorra o predomínio de uma dessas culturas.
É correto o que se afirma em
II e III, apenas.
QUESTÃO 9
Gonçalves e Silva (1998) destacam que o multiculturalismo é uma estratégia política de reconhecimento e representação da diversidade cultural, não podendo ser concebido dissociado dos contextos das lutas dos grupos culturalmente oprimidos.
OLIVEIRA, Eliane de; SOUZA, Maria Luiza de. Multiculturalismo, diversidade cultural e direito coletivo. In: Cadernos da Escola de Direito e Relações Internacionais. Curitiba, 16: 121-139 vol.3.
A presença da diversidade cultural na sociedade não implica necessariamente a construção de um espaço de tolerância e boa convivência, pelo contrário, são vários os conflitos que podemos observar em meio ao contexto das múltiplas culturas. Nesse sentido, analise as afirmações a seguir considerando V para Verdadeiro e F para Falso.
I. O multiculturalismo faz oposição à ideia de etnocentrismo, isto é, da presunção de soberania de um único grupo étnico na sociedade.
II. A doutrina multiculturalista reconhece que há discriminação para com as culturas minoritárias, que são desvalorizadas pela cultura hegemônica.
III. A maior parte dos países consiste em sociedades pluriculturais, de modo que são poucos os países considerados etnicamente homogêneos.
IV. É fundamental que sejam estabelecidas leis visando a defesa dos direitos das chamadas culturas singulares.
As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente
QUESTÃO 10
[...] a cultura — feita em série, industrialmente, para o grande número — passa a ser vista não como instrumento de livre expressão, crítica e conhecimento, mas como produto trocável por dinheiro e que deve ser consumido como se consome qualquer outra coisa. E produto feito de acordo com as normas gerais em vigor: produto padronizado, como uma espécie de kit para montar, um tipo de pré-confecção feito para atender necessidades e gostos médios de um público que não tem tempo de questionar o que consome. Uma cultura perecível, como qualquer peça de vestuário. Uma cultura que não vale mais como algo a ser usado pelo indivíduo ou grupo que a produziu e que funciona, quase exclusivamente, como valor de troca (por dinheiro) para quem a produz.
COELHO, T. O que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1993.
Considerando as discussões sobre a estetização do mundo na sociedade capitalista e as informações apresentadas no texto de Coelho (1993) sobre a indústria cultural, analise as afirmações a seguir.
I. A indústria cultural promove a produção em massa dos bens culturais, o que implica a padronização dos produtos.
II. Na lógica do mercado, o bem cultural deixa de ser algo de valor imaterial para se tornar um mero objetivo de consumo descartável.
III. Os bens produzidos pela indústria cultural visam atingir a subjetividade do indivíduo e por isso são sempre personalizados.
É correto o que se afirma em
I e II, apenas.
