sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Arte Cinética - Julian Voss-Andreae - John Edmark - Anthony Howe (Ensino Médio - 2022)

 COMPONENTE CURRICULAR ARTICULADOR: ARTE

Arte Cinética - Julian Voss-Andreae - John Edmark - Anthony Howe (Ensino Médio - 2022)

É comum pensar que arte e ciência são áreas do conhecimento completamente separadas – enquanto uma buscaria a subjetividade, a expressão e o pensamento livre, a outra estaria ligada à obtenção de resultados objetivos. Porém, a ciência muitas vezes desenvolve o conhecimento por meio da análise da arte, apropriando-se de seus métodos, enquanto a arte frequentemente se vale de técnicas científicas



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O escultor alemão radicado nos Estados Unidos Julian Voss-Andreae (1970-), que, antes de sua carreira artística, estudou física quântica e filosofia, explora a relação entre ciência e arte de modo muito interessante. Observe uma de suas esculturas, fotografada em diferentes ângulos.

a) Como você imagina que essa obra foi feita?

1. a) Esse e outros trabalhos de Julian Voss-Andreae são conhecidos por se rem esculturas que parecem desapare cer dependendo de onde está o observador. Essa obra, composta de folhas de aço orientadas verticalmente, quando vista de frente, parece ser de aço sólido, mas, quando vista de lado, resume- -se a traços quase transparentes.  

Leia o título da escultura. Você sabe o significado de “quântico”? Você percebe algum tipo de relação entre arte e ciência nessa obra?

1. b) “Quântico” se refere à mecânica quântica, uma teoria física que explora grandezas físicas observáveis de valores discretos quando a variação do valor ocorre de maneira descontínua. Segundo o artista, a escultura é a imagem de um homem andando visto como um objeto quântico, numa referência à dualidade onda-partícula, conceito da mecânica quântica segundo o qual matéria e luz podem exibir comportamentos de ondas ou partículas, dependendo das circunstâncias do experimento. 

Conheça outras obras de Julian Voss-Andreae em seu site. Disponível em: www.JulianVossAndreae.com. Acesso em: 21 jul. 2020

No site oficial de Julian Voss-Andreae, é possível ver imagens de diversas obras do artista. Também há vídeos de suas esculturas, que permitem visualizar melhor o efeito criado. Se possível, assista à filmagem da escultura Spannungsfeld [Campo de tensão], feita para o prédio de Física e Nanotecnologia da Universidade de Minnesota (Minneapolis, EUA), em 2014. Disponível em: https://julianvossandreae.com/works/spannungs feld/. Acesso em: 1o jul. 2020. 


Biografia: ´

Julian Voss-Andreae, um escultor alemão baseado em Portland Oregon, é amplamente conhecido por suas impressionantes encomendas públicas e privadas de grande escala, muitas vezes misturando escultura figurativa com insights científicos sobre a natureza da realidade. Suas esculturas são frequentemente exibidas em feiras e galerias de arte internacionais e podem ser encontradas em grandes coleções na América do Norte, Ásia, Europa, África e Austrália. O trabalho de Voss-Andreae foi apresentado na mídia impressa e transmitida em todo o mundo e os vídeos de sua escultura se tornaram virais com dezenas de milhões de visualizações. Antes de sua carreira artística, Julian Voss-Andreae estudou física quântica e filosofia nas universidades de Berlim e Edimburgo e fez sua pesquisa de pós-graduação participando de um experimento seminal em física quântica fundamentalem um dos laboratórios de pesquisa em física mais prestigiados do mundo na Universidade de Viena. Sua experiência em diversos campos da ciência e uma profunda paixão pelos mistérios da física quântica têm sido uma fonte contínua de inspiração para seu trabalho.

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O artista estadunidense John Edmark (1965-) também explora a ciência em suas obras, que se movimentam obedecendo a diferentes princípios da física. 


a) Assista ao vídeo de uma de suas obras, chamada Aerobatic Balls [Bolas acrobáticas aéreas], no site do artista, disponível em: http://www.johnedmark.com/ air-water1/2016/4/29/aerobatic-balls (acesso em: 1o jul. 2020). 

2. a) No site há vídeos de todas as suas obras. Aerobatic Balls faz parte da seção “Air & Water” [Ar e água]

b) Qual é o significado do nome dessa obra? Ele está relacionado ao funcionamento dela? 

b) A palavra “aerobatic”, em inglês, é uma junção das palavras “aerial” e “acrobatic” (acrobacia aérea). O nome está ligado ao comportamento das bolas de pingue-pongue, que descrevem movimentos como acrobacias. Na obra, as bolas ficam suspensas por doze correntes de ar que fazem com que fiquem em movimento constante. Os movimentos podem se alterar, variando o número de bolas e a velocidade do ar. Explique aos estudantes que a obra segue o princípio mecânico de Bernoulli, ligado ao comportamento de fluidos segundo uma linha corrente.


C) Ainda no site do artista, assista ao vídeo da série chamada “Blooms” [Florecimento], que utiliza a proporção áurea para que a escultura de uma flor impressa em 3D desabroche. Esse efeito é causado por rotações progressivas sob uma luz estroboscópica. O que chama sua atenção nesta obra específica? Comente com os colegas. 

 c) O vídeo está disponível em: http://www.johnedmark.com/phifib/2017/1/9/blooms-2. Acesso em: 2 jul. 2020. Resposta pessoal. Incentive discussões que levem em consideração a fruição e apreciação estéticas. Os elementos que compõem a figura são estáticos. O único movimento que ocorre é uma rotação progressiva em torno do próprio eixo da figura em velocidade calculada. Essa velocidade é sincronizada com o número de partes da figura e com a luz estroboscópica, de modo que o efeito sugira uma floração constante, em que as partes são absorvidas umas pelas outras. Para obter esse efeito, Edmark realizou uma série de cálculos complexos ligados à sequência de Fibonacci e à proporção áurea.

Flourish [Florescer], série “Blooms”, de John Edmark, 2011 (plástico branco, motor, luz estroboscópica, 11,58 cm × 11,61 cm × 4,38 cm – Galeria Osher, São Francisco, Estados Unidos). 


Biografia

O artista, designer, inventor e professor de Stanford John Edmark cria esculturas que são movidas por matemática precisa, mas seu interesse por geometrias espirais é movido por algo mais enigmático… “uma busca por comportamentos incomuns, coisas que não são intuitivas, que talvez pareçam impossível."

John imagina, cria e aperfeiçoa obras cinéticas com diversos materiais. Sua curiosidade pelas características visuais de progressões matemáticas - principalmente na proporção áurea -, aliada à habilidade do artista em criar e desenvolver simulações visuais, resulta em obras e objetos fantásticos, mutáveis e paradoxais.

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Proporção áurea é um padrão numérico presente na natureza e muito utilizado por artistas do Renascimento. É a mesma proporção encontrada na natureza quando se analisam os padrões espirais das pinhas e dos girassóis, por exemplo. Matematicamente, é definida como uma constante real algébrica irracional, obtida na divisão de uma linha em dois pedaços (a e b), de forma que o resultado da divisão de a por b seja igual ao resultado da divisão da linha inteira (a + b) pela parte maior (a).


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Declaração 

Se a mudança é a única constante na natureza, ela está escrita na linguagem da geometria. Grande parte do meu trabalho se liga a padrões de espaço e de crescimento. Por meio de esculturas cinéticas e objetos que se transformam, eu busco oferecer ao observador estruturas surpreendentes escondidas em um espaço aparentemente amorfo. Embora geralmente a arte seja um instrumento de fantasia, meu trabalho é um convite para mergulhar fundo em nosso próprio mundo e descobrir o quão surpreendente ele pode ser [...]. Eu emprego precisão matemática na concepção e produção do meu trabalho. Não faço isso com o objetivo de exibir apenas exatidão ou exaltar a tecnologia atual, mas porque estou tentando formular perguntas e respostas sobre relações espaciais, que só podem ser abordadas com construções geométricas exatas. A precisão matemática é um aliado essencial no meu objetivo de obter clareza. [...] Por meio do meu trabalho, eu me esforço para compartilhar a alegria da descoberta com outras pessoas em uma busca contínua pelos padrões atemporais de mudança. 

EDMARK, John. Statement. Disponível em: http://www.johnedmark.com/statement. Acesso em: 1o jul. 2020. [Livremente traduzido para fins didáticos]. •


 De acordo com o texto, como o artista articula arte e ciência em seu trabalho? 

John Edmark usa a escultura cinética como uma das técnicas de suas obras. Você sabe o que é uma escultura cinética?

• Segundo o depoimento, Edmark busca mostrar em seu trabalho como a compreensão geométrica da natureza pode ser tão surpreendente quanto a fantasia proposta para a arte. 

• Espera-se que os estudantes percebam o movimento que há nas obras de John Edmark para responder à questão. A arte cinética é uma vertente das artes visuais cuja principal característica é a utilização de recursos visuais e técnicas que atribuem movimento ou impressão de movimento à obra. 


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Diversos artistas buscam o movimento (ou a ilusão de movimento) em suas obras. Nos Jogos Olímpicos de 2016, sediados no Rio de Janeiro (RJ), a pira olímpica era uma escultura cinética feita pelo artista estadunidense Anthony Howe (1954-).


a) A identidade visual dos Jogos Olímpicos costuma ser inspirada em características das cidades que os abrigam. Com base nisso, discuta com os colegas: Há algum sentido figurativo na obra de Howe, ou seja, a obra faz referência a algum elemento da cidade do Rio de Janeiro? 

a) Acolha a reflexão dos estudantes. Incentive-os a comparar a obra com a figura solar, elemento que reforça uma visão tropical do Rio de Janeiro, própria da imagem turística da cidade. 

b) Caso tenha observado um significado figurativo na obra de Howe, há elementos na escultura que são usados para isso? Se não tiver encontrado esse sentido, que significado você percebe na obra? 

b) Caso tenham concordado com a referência solar, incentive-os a perceber o movimento em espiral centrífugo e as placas e esferas reflexivas como um modo de construir esteticamente a propagação da luz da estrela. Caso não tenham chegado à referência solar, peça que expliquem sua percepção da obra, levantando elementos para justificar sua impressão.


SOBRE:

Nascido em Salt Lake City, Utah, Anthony frequentou a Taft School em Watertown, Connecticut, depois de se mudar oito vezes pelos Estados Unidos, seguido pela Cornell University e pela Skowhegan School of Sculpture and Painting.

Ele então construiu uma casa de postes e vigas de madeira no local no topo de uma montanha na zona rural de New Hampshire com a ajuda de seu irmão Patrick e pintou aquarelas e teve várias exposições individuais em Boston. Uma sensação de desconforto tanto no isolamento quanto no assunto de suas pinturas resultou na venda da casa e na mudança para Manhattan. Sua nova ocupação, em meio período, de erguer prateleiras de aço para armazenamento de registros de escritório resultou na descoberta de um novo meio, o metal. Exploração adicional combinada com interesses anteriores no vento e movimento levaram à criação de esculturas de vento cinético. Ele então amarrou cabos de elevador descartados em telhados locais nos quais pendurou sua primeira série de esculturas movidas a vento. 

Depois de várias exposições individuais na cidade de Nova York e exposições coletivas variadas, Anthony concluiu em 1994 que ele seria melhor servido iniciando seu próprio parque de esculturas e vendendo diretamente aos clientes. Sua resposta às noções de inclusão no mundo da "arte" foi inventar a sua própria e, assim, ficar inteiramente livre de qualquer uma de suas muitas convenções. 

Ele agora vive em Orcas Island, Washington, com sua esposa sócia, Lynne. Seu trabalho vendeu obras para centenas de coleções particulares do Oriente Médio à Califórnia e muitos lugares entre eles. Foi exibido em palácios, parques de esculturas e na janela de Natal da Barneys em Manhattan. Ele projetou os caldeirões para as Olimpíadas Brasil Rio; uma para a cerimônia de abertura e outra, permanente, ao ar livre, que fica no centro do Rio. Recentemente a obra "Lucea" serviu de cenário a Auli'i Cravalho cantando "How Far I'll Go" na 49ª Cerimónia de Entrega dos Óscares.

Anthony não está aceitando nenhuma comissão no momento. Seu processo o mantém trabalhando durante as noites em seu estúdio remoto na ilha. Ele projeta e faz a maioria de todas as suas esculturas sem a ajuda de qualquer assistente, com exceção de algumas obras recentes de grande escala fabricadas pela Walla Walla Foundry, Show Canada e Huttinger of Germany.


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A relação entre arte e ciência não é um fenômeno contemporâneo. Leonardo da Vinci (1452-1519) foi artista, inventor e cientista em uma época em que esses diversos campos do saber não estavam separados. Observe a fotografia da Exposição “Leonardo da Vinci – 500 anos de um gênio”, realizada pelo Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) em 2020. 


a) O modo como a curadoria decidiu expor as obras no museu se relaciona com o trabalho de Da Vinici? Formule opiniões e converse com os colegas. 

R: a) A exposição reúne, em uma mesma sala do museu, pinturas, esboços técnicos, protótipos, criados pela mente inventiva de Leonardo da Vinci: essa ação da curadoria de não organizar as produções por categorias ou departamento dialoga com o próprio fazer de Da Vinci, que era, a um só tempo, artista, inventor, cientista. É importante que os estudantes observem que há várias projeções de obras e réplicas de invenções de Da Vinci, dispostas no mesmo espaço, o que coloca em diálogo suas criações no campo da arte e da ciência. 


b) Arte e ciência estão ligadas nessa exposição? 

R: b) É importante que os estudantes observem que há várias projeções de obras e réplicas de invenções de Da Vinci dispostas no mesmo espaço, o que coloca em diálogo suas criações nos campos hoje entendidos como da arte e da ciência. Da Vinci desenhava o que seriam grandes invenções da sociedade moderna: helicóptero, automóvel, submarino, bicicleta. 5. Solicite aos estudantes que justifi quem impressões e manifestações pessoais com argumentos oriundos da própria observação e fruição das obras, acolhendo a opinião de todos. Leve-os a notar o desafi o que essas obras proporcionam, muitas vezes revelando processos naturais imprevistos. É possível que os estudantes levantem opiniões ligadas à alta complexidade de compreensão de muitas dessas obras. 

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sábado, 5 de fevereiro de 2022

Exemplos de Instrumentos de Avaliação (2022)

 Exemplos de Instrumentos de Avaliação:


SIMULAÇÕES

PRODUÇÕES DE REDAÇÃO

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

ELABORAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS

DEBATES

QUESTIONÁRIOS

ENTREVISTAS COM ALUNOS

EXERCICIOS MATEMATICOS

USO DE SOLUÇÕES TECNOLOGICAS

EXERCICIOS AVALIATIVOS

ELABORAÇÃO DE PROJETOS TECNICOS

RALATORIOS DE DISCUSSÃO, DE PRATICAS NO LABORATORIO

RELATORIO DE TRABALHO DE CAMPO E DE VISITAS

AVALIAÇÃO ESCRITA INDIVIDUAL

ESTUDO DE CASO

SEMINÁRIOS

AUTOAVALIAÇÃO

PORTIFOLIOS

AVALIAÇÃO VERBAL

RESPOSTAS - MODULO Introdução ao conceito de arte - PÓS GRADUAÇÃO - ARTE EDUCAÇÃO

  MODULO Introdução ao conceito de arte     Introdução ao conceito de arte Desafio Você sabia que a palavra "arte" ve...